Seja você mulher ou homem, no mundo em que vivemos hoje, é bem provável que já tenha se deparado com alguma discussão em volta do feminismo, certo? A cada dia que passa, esse movimento histórico ganha cada vez mais visibilidade, apoio e, claro, críticas — afinal, toda luta tem seus obstáculos.
Só que abrir caminho para conversar sobre esse assunto é a chave para transformarmos a sociedade, trazendo mais igualdade de direitos entre mulheres e homens, que ainda são muito distantes uns dos outros.
Foi pensando nisso que nós da TJama preparamos este conteúdo completo sobre o movimento feminista e convidamos você a se juntar a nós em mais essa jornada de conhecimento e quebra de paradigmas. Vem com a gente?
O que é o feminismo e como ele surgiu?
O feminismo é um movimento social que luta pela igualdade de direitos entre mulheres e homens, visando melhorar a qualidade de vida e a posição das pessoas do sexo feminino na sociedade.
Para isso, ele cria ações para combater o preconceito e a agressão que o grupo enfrenta de forma estruturada por conta do machismo e do patriarcado — que são a base da estrutura social na qual o mundo foi construído, usando a visão de que pessoas do sexo masculino são superiores para justificar as diversas formas de violência de gênero.
Vale enfatizar que o movimento feminista não é o contrário do machismo, pois não trata as mulheres como superiores. A ideia é que todos possam ser iguais e que as crenças de hierarquia dos sexos, historicamente construídas pela sociedade desde que o mundo é mundo, sejam quebradas.
Uma breve história do movimento feminista
Para entendermos bem o movimento feminista, é importante olharmos para a história. Apesar de não ter sido criado por uma única mulher, mas sim por um grupo que só vem crescendo, existiram algumas figuras femininas que marcaram o nascimento da causa.
Uma delas é Olímpia de Gouges, ativista que, durante a Revolução Francesa do século XIX, iniciou a luta pela participação feminina na política e trouxe uma visão super democrática para a mesa. Ela lançou a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã em oposição ao mesmo documento que existia só para homens e, até hoje, é referência por isso.
Outra figura muito importante é Mary Wollstonecraft, revolucionária inglesa que criou o texto Reivindicação dos Direitos das Mulheres em 1792, contestando a posição submissa que pessoas do sexo feminino eram obrigadas a assumir segundo os homens da época.
Com o tempo, mais pessoas foram se identificando e se juntando à causa, fortalecendo-a e trazendo mais questões a serem discutidas. E claro que, muito além desses dois nomes, a luta é mérito de todas que fazem parte do grupo, já que ele ainda é minoria em todos os aspectos.
Se você quiser conhecer ainda mais representantes fortes do movimento, aproveite para conferir as 7 mulheres sensacionais no conteúdo completo que preparamos aqui no blog!
Quais as causas que o feminismo defende?
Ao longo dos anos em que vem se construindo e se transformando, o movimento feminista foi — e segue! — abraçando diversas causas para que as mulheres conquistem os mesmos direitos e oportunidades do que os homens. Dentre essas ideias, as que mais se destacam são:
- Fim da desigualdade salarial entre pessoas de diferentes sexos;
- Igualdade na participação política — tanto como cidadã quanto figura pública;
- Visibilidade aos cuidados com a saúde feminina — especialmente sexual e mental/emocional;
- Combate à pobreza menstrual, ou falta de acesso a itens de higiene para esse ciclo, que acontece em vários países;
- Quebra de tabus em relação ao aborto e a luta pela sua descriminalização;
- Direitos relacionados à maternidade, amamentação em público e bem-estar da mulher que é mãe;
- Luta pela participação paterna nos cuidados com os filhos, quebrando a ideia de que o pai tem apenas que ajudar;
- Busca de uma educação igual para meninos e meninas desde a infância;
- Oposição aos estereótipos físicos e luta pelo fim da pressão estética que a sociedade impõe sobre os corpos femininos;
- Combate a todas as formas de violência de gênero (moral, sexual, psicológica, física e patrimonial) contra a mulher, provenientes do patriarcado — como assédio, abusos e feminicídio.
Quais são os pilares do feminismo?
Os pilares do feminismo são fundamentos nos quais as mulheres podem se apoiar para se unirem e criarem uma base fortalecida na luta e na reivindicação por seus direitos, tanto a nível pessoal quanto coletivo. Vem ver com a gente quais são eles:
- Autoconhecimento: tem papel fundamental no empoderamento feminino em todos os setores da vida e é muito importante que seja feito no seu próprio ritmo, explorando mais de si a cada passo que dá e cada sentimento que tem;
- Autoconfiança: é resultado do autoconhecimento e consiste em reconhecer sua própria individualidade para afirmar o que é, o que não é, pontos fortes e de melhorias como mulher e ser humano;
- Autogestão: é tirar as ideias do papel, tanto na vida profissional quanto pessoal, e ser capaz de equilibrar os pratinhos dos diferentes momentos que acontecem ao mesmo tempo.
Vale lembrar que a jornada desses três fundamentos é constante, para toda vida e não precisa ser feita sozinha. Seja com o suporte de uma psicóloga ou com amigas que ajudam nos momentos bons e ruins, existe sempre alguém pronto para te ouvir e entender as diferentes fases que você possa estar vivenciando!
Quais são os tipos de feminismo?
Existem seis principais : liberal, marxista/socialista, interseccional, negro, ecofeminismo e radical. Eles surgiram conforme o movimento foi se expandindo pelo mundo e as mulheres foram se identificando em grupos que trazem foco para questões específicas, como raça e classe social.
Vale apontar aqui que essas vertentes sempre têm em mente as causas que comentamos agora pouco na nossa conversa e que a ideia não é segregar a ação, mas sim entender que ainda existem diferenças a serem consideradas para que todas as necessidades sejam atendidas.
Separamos aqui as principais características de cada grupo para você entender mais, veja só:
1. Feminismo liberal
O feminismo liberal é um dos mais antigos e traz as ideias da Revolução Francesa como base do movimento. Ele busca reivindicar os direitos das mulheres por meio da legislação (lei), pedindo mudanças na política e na forma que a constituição de diversos (se não todos) países ainda favorecem apenas o homem.
2. Feminismo marxista/socialista
Como o próprio nome sugere, o feminismo marxista/socialista vem das ideias de Karl Marx e tem como foco o trabalho e a economia. Ele argumenta que a desigualdade entre os sexos está diretamente relacionada a essa questão e sugere uma reestruturação completa do sistema socioeconômico, criticando o capitalismo, pois ele favorece o homem.
3. Feminismo interseccional
O feminismo interseccional foi criado em 1989 pela ativista americana Kimberlé Crenshaw e vem sendo apontado como um dos mais abrangentes do movimento. Ele olha para as mulheres considerando as diferenças de classe, raça, gênero e sexualidade, por exemplo, para compreender e dar voz às necessidades de cada grupo e combater a opressão sofrida por eles.
4. Feminismo negro
O feminismo negro luta pelos direitos das mulheres negras, que (infelizmente!) ainda são vistas e tratadas como inferiores pela sociedade em comparação às brancas. Ele anda lado a lado com o movimento antirracista, fortalecendo ambas as causas para trazer conscientização e igualar os direitos que, há tanto tempo, precisam ser conquistados.
Aqui, existe um trabalho muito importante de construção da força, autoestima e direitos do grupo que, historicamente, precisou se erguer de um lugar com muito mais opressão, já que boa parte dos países do mundo sofreu com a escravidão.
5. Ecofeminismo
O ecofeminismo é uma vertente que se relaciona diretamente à sustentabilidade e à proteção da fauna e da flora. Aqui, a luta vai além da igualdade de direitos entre os sexos, pois também inclui a natureza nessa conta.
A ideia é mostrar que todos os seres vivos e o meio ambiente sofrem com a exploração do homem para procurar meios de proteger todo o ecossistema por meio da conscientização de que somos todos parte de um único grupo. Um dos maiores apelos desse movimento é preservar o planeta para garantir a sobrevivência da população e das futuras gerações.
6. Feminismo radical
Como o próprio nome sugere, o feminismo radical aborda um viés mais extremo. Basicamente, ele prega que a separação de homem e mulher é um instrumento do patriarcado para colocar pessoas do sexo masculino acima das do sexo feminino e, por isso, ela deve ser abolida da sociedade para que todos possam se tratar de igual para igual.
Por que o feminismo é necessário ainda hoje?
Desde seu surgimento, o feminismo já garantiu muitas conquistas, como o direito ao voto, acesso à educação e ao divórcio — esse último só sendo garantido no Brasil em 1977! Mas ainda há muito chão pela frente para combatermos questões como a violência contra a mulher, a desigualdade salarial, a imposição de padrões irreais de beleza e a opressão sexual.
Até que essas barreiras sejam eliminadas por completo e homens e mulheres passem a viver de forma igualitária no mundo, o movimento deve se manter vivo e alimentado por todas e todos nós.
Como apoiar o movimento feminista?
Existem diversas formas de apoiar o movimento feminista e fortalecer a luta pela mudança, especialmente com o avanço da tecnologia que nos colocou mais próximas uns dos outros. Separamos aqui algumas dicas para te ajudar nesse caminho:
- Conheça mais sobre a causa e sua história lendo livros sobre o feminismo;
- Entre em grupos de discussão sobre o assunto nas redes sociais;
- Traga a questão para rodas de conversas com amigos, mulheres e homens;
- Conheça mais a fundo cada vertente para encontrar aquela com a qual mais se identifica;
- Cuide de si, trabalhando os pilares do movimento e buscando se fortalecer como mulher e ser humano;
- Conheça as leis que ainda impedem o avanço feminino nos cenários políticos, econômicos e sociais;
- Abrace as diferenças entre as mulheres e entenda que a luta de todas é válida e precisa de voz.
A gente sabe bem que o feminismo é uma causa grande, com muitos pontos a serem assimilados, e que cada uma de nós tem seu próprio tempo para entender por completo a sua magnitude. Mas ler esse conteúdo já é um grande primeiro passo a caminho da transformação e garantia de um mundo mais justo, então, fique orgulhosa de si por isso. ♥
Ah, e se você quiser continuar essa jornada de conhecimento, aproveite para conferir nossas 18 dicas de filmes sobre o feminismo e se junte a essa quebra de paradigmas com as mulheres e a TJama!