Roupa tem gênero? Entenda o que é moda genderless! | T_Jama

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As roupas sem gênero, também chamadas de agênero ou genderless, estão ganhando cada vez mais espaço nas passarelas e vitrines. Isso é um reflexo do crescente debate sobre inclusão e diversidade de corpos, gêneros e expressões pessoais. Ela vai contra as regras socialmente impostas sobre o que é feminino e masculino, por isso gera polêmicas.

Mas não pense que se trata apenas de pessoas utilizando o que culturalmente é destinado a outro gênero. Essa vertente cria modelagens únicas e trabalha com cores diversas para colocar em cheque quem leva em consideração apenas as definições biológicas de homem e mulher.

Para entender mais sobre essas peças que marcaram presença até mesmo em coleções apresentadas na Paris Fashion Week, continue com a gente. Explicaremos mais detalhes sobre a história e as discussões relacionadas!

Então, o que são as roupas sem gênero?

Não existe uma definição exata para esse conceito, mas a ideia é que essas são peças feitas para qualquer pessoa. Ou seja, são vestimentas que vão além das definições cisgênero padrão de masculino e feminino. É uma moda inclusiva para transexuais, não-binários e toda a diversidade de identidades que existem por aí. Afinal, não é uma genital que irá definir o que você pode ou não usar, certo?

“Ah então é só usar peças largas que todo mundo fica igual?” Muito pelo contrário! Essa tendência valoriza as expressões individuais de estilo, entende que as nossas roupas falam sobre nossa personalidade, nossa construção e gostos adquiridos com o tempo.

Uma vestimenta agênero tem cortes, tecidos e modelagens pensadas específicas para ela. Não é uma adaptação de peças binárias, é a fabricação pensada em formas que tenham um bom caimento em todos os corpos, valorizando-os e não necessariamente anulando suas curvas e contornos.

É claro que as peças oversized – características e com grande relevância para o estilo street – podem ser feitas dentro desse conceito, mas essa não é a única possibilidade para os estilistas. O mesmo vale para as cores e estampas: algumas pessoas pensam que a moda genderless é composta exclusivamente de produtos lisos em tons neutros. Mas precisamos contar, elas não poderiam estar mais enganadas!

Numa seção de loja com roupas unissex você irá encontrar mix de desenhos, diversas texturas, tecidos dos mais variados e muitas cores. Os tons vibrantes estão em alta e para as vitrines que estão aderindo a peças sem marcação de gênero, não será diferente: o colorido está vindo com tudo!

O mais interessante é ver que esse movimento está em ascensão nos dias de hoje, mas sua história – e suas justificativas – já estão presentes no mundo da moda há muitos anos!

Quando surgiu o conceito de roupas genderless?

Desde sempre existiram pessoas que não se encaixavam nos padrões binários de gênero para roupas. Esses, aliás, sofreram muitas mudanças com o passar do tempo. Isso só mostra como não é uma algo natural, são apenas convenções que são passadas culturalmente. Tais regras que acabam falando o que cada um deve vestir, ou qual tipo de corpo devemos ter.

Falamos mais disso no conteúdo Você sabe o que é pressão estética?, não deixe de conferir!

O grande marco da moda que começou a transgredir esses padrões foi a coleção da Coco Chanel na década de 20. Ela trouxe blazers e calças estruturadas, fortemente ligadas ao trabalho masculino, como peças femininas. A partir disso as discussões e experimentos das roupas sem gêneros só cresceram, resultando nos dias de hoje em que encontramos marcas especializadas nesses produtos.

Outro exemplo histórico dessa fluidez de gênero nas roupas são as vestimentas da Idade Média, que tinham modelagens muito similares para homens e mulheres. Ambos utilizavam mangas bufantes, golas altas e diversas camadas de tecido. É claro que existia ainda a separação entre calça e saia conforme o sexo biológico do usuário, mas esse exemplo serve para demonstrar como existem formatos que podem ser utilizados por todas as pessoas.

Com o passar dos anos, as peças de cada gênero foram se transformando e servindo para demarcar papéis na sociedade. Homens têm as ideias de trabalho, força e brutalidade ligados à sua imagem. Por isso, a regra implícita em nossa cultura ocidental promoveu o uso de camisas e calças – com bolsos grandes, inclusive – como algo exclusivo do público masculino. Já as mulheres, precisavam se mostrar femininas e delicadas e por isso os vestidos e saias foram seu “uniforme” por tanto tempo.

É por isso que a coleção da Chanel foi revolucionária, ela causou um impacto que nos trouxe até os dias de hoje onde podemos debater abertamente e questionar os papéis sociais de homens e mulheres. Mas ainda fica a dúvida, como essa tendência pretende reformular a moda?

Como as roupas sem gênero ajudam a reformular a moda?

Como falamos, essa tendência está intimamente relacionada às pautas de inclusão. Ela coloca conforto e estilo pessoal acima das marcas de papel social pré-definidas. Por isso, suas discussões inclui pessoas com orientações sexuais e identidades de gênero excluídas culturalmente, bem como pessoas com deficiências, corpos gordos e midsizes.

Aliás, se você não conhece esse termo, leia nosso post Midsize: o que é? Para quê serve?

Ao desenhar e explorar novas modelagens, essa moda encontra alternativas para valorizar os contornos de todos os tipos de pessoas. Além disso, ela dá liberdade de expressão para quem está à margem da sociedade. Permite que cada um vista sua personalidade com orgulho e muito estilo!

O agênero, por estar presente nas grandes semanas de moda, ajuda a difundir informação sobre a diversidade e também, levar novas propostas e representações para passarelas. Dessa forma crianças e adolescentes podem se sentir inspirados ao ver pessoas com belezas semelhantes às suas em desfiles de grife.

Esse estilo de roupa representa uma revolução em um cenário de moda binária. Dá oportunidades para novos estilistas e ideias que valorizarão novas texturas, combinações e estampas. É uma forma de expressão de extrema importância e que com certeza irá ganhar as ruas nas próximas coleções.

um homem e uma mulher, utilizando um look Tjama, predominantemente colorido com estampas em linhas curvas.

O que achou de toda essa discussão sobre roupas sem gênero, moda e representatividade? Esperamos que esse conteúdo tenha te ajudado a entender mais sobre o tema. Se gosta de assuntos relacionando o mundo fashion e questões sociais, não deixe de acessar nosso post sobre o que é gordofobia e como combatê-la. Nós vemos no próximo post!

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